PROGRAMA PÚBLICO “PÓS-MUSEU: ‘A’ de Ausência”
A exposição PÓS-MUSEU: ‘A’ de Ausência, atualmente patente no Museu Nacional de Etnologia, conta com um programa público de visitas orientadas e conversas com artistas e curadores.
A entrada é livre.

17 MAIO
17:00 | Visita orientada à exposição pela curadora Sandra Vieira Jürgens
18:00 | Conversa com Luciana Fina e Emília Tavares

Partindo do microcosmos do seu prédio, no Bairro das Colónias, em Lisboa, Luciana Fina realiza um trabalho sobre a importância da linguagem para a defesa da identidade, no interior de uma família oriunda da Guiné-Bissau. Duas gerações, mãe e filha, dialogam sobre a importância do amor e da felicidade, enquanto questionam qual o sentido cultural da linguagem na comunicação das memórias e de que forma se pode resistir à sua aculturação. Terceiro Andar constitui um importante contributo para a reflexão sobre a construção da identidade no contexto pós-colonial português.
Luciana Fina nasceu em Bari (Itália) em 1962 e vive e trabalha em Lisboa. Após a formação universitária em literatura portuguesa e francesa, dedicou-se inicialmente à programação cultural em Itália. Durante vários anos, foi programadora independente na área do cinema, colaborando principalmente com a Cinemateca Portuguesa e outras instituições em Portugal, Itália, França e Brasil. Em 1998, realizou o seu primeiro filme documentário. Utilizando diversos media, a sua prática artística gira em torno dos temas do nomadismo e do interculturalismo e na pesquisa sobre a relação do cinema com outras artes.
Emília Tavares (Lisboa, 1964) é curadora e investigadora. Mestre em História da Arte pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É curadora do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, Lisboa, responsável pela coleção de Fotografia e Novos Media. É também investigadora [História da Fotografia Portuguesa, Fotografia e Questões Sociais e Políticas] e crítica de arte. Docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e na Escola das Artes da Universidade Católica do Porto, nas disciplinas de curadoria e história da fotografia. Como curadora realizou várias exposições de fotografia portuguesa e arte contemporânea. Tem publicado regularmente os seus textos em jornais, revistas e catálogos, e é autora de várias palestras em instituições públicas de arte e ensino.
26 JUNHO
17:00 | Visita orientada à exposição pela curadora Sandra Vieira Jürgens
18:00 | Conversa com Catarina Simão e João Sousa Cardoso

A obra Ntimbe Caetano (2016) decorre de uma pesquisa aprofundada sobre a história da independência e luta anticoloniais moçambicanas e desenvolve-se a partir de material encontrado nos arquivos da história política da Frente de Libertação de Moçambique. O título do trabalho cita o título de uma canção do grupo étnico maconde («Vamos esmagar Caetano»), a qual fez parte do processo de engajamento desta comunidade contra os atos de terror praticados pelo regime fascista português, envolvendo denúncias e execuções aleatórias. O escultor makonde, Ntaluma, nascido numa base da Frelimo, nas Zonas Libertadas, é o protagonista desta rememoração macabra que acompanha o seu trabalho escultórico. No vídeo Effects of Wording (2014), a artista joga com a ideia de arquivo, a sua função e promessa de fixação da verdade, realçando as leituras históricas por vir e a possibilidade de infidelidade, isto é, quando uma simples troca de palavras pode deturpar o sentido, supostamente, verdadeiro.
Catarina Simão (Portugal, 1972) é uma artista e investigadora que vive e trabalha entre Maputo e Lisboa. A sua prática baseia-se em projetos de investigação a longo prazo que implicam parcerias colaborativas e diferentes formas de apresentação ao público. Desde 2009 que a artista tem trabalhado com a noção de Arquivo, envolvendo-se especialmente com a história anti-colonial e da Independência de Moçambique. Fortemente influenciada pelas narrativas da história, Simão aborda criticamente a contrapartida da custódia do registo, os seus significados mutáveis e a sua capacidade de incorporar um conhecimento diferido. Trabalha principalmente com filme e vídeo em instalação, mas também utiliza outros elementos figurativos como a fotografia, livros didácticos, desenho e som.
João Sousa Cardoso (1977). Doutorado em Ciências Sociais, pela Universidade Paris Descartes (Sorbonne). Docente na Universidade Lusófona. Comissariou, em 2000, o projecto multidisciplinar “Arritmia – As inibições e os prolongamentos do Humano”, no Porto. Comissariou “Os Dias de Janus – Perspectivas sobre a passagem do cinema ao vídeo em Portugal”, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 2006. Tem desenvolvido, desde 2001, projetos no cruzamento da estética com as ciências sociais. Apresentou “Cinema Mudo” no Auditório de Serralves, no Porto, em 2006. Apresentou o filme “2 2”, no Jeu de Paume, em Paris, em 2008. Artista em residência na Fondazione Pistoletto (Biella, Itália), em 2002. Artista em residência de Expédition – Plateforme Européenne d’Échanges Artistiques, a convite dos Laboratoires d’Aubervilliers, nas cidades de Amesterdão, Viena e Paris, entre 2007 e 2008. Escreve regularmente crítica e ensaio para várias publicações, tendo colaborado regularmente com a revista de artes plásticas Arte Ibérica (Lisboa), entre 2000 e 2001, o Teatro Nacional de São João (Porto), desde 2002 e, recentemente, com o Jornal Público.
EVENTOS JÁ REALIZADOS
22 ABRIL
17:00 | Visita orientada à exposição pela curadora Sandra Vieira Jürgens
18:00 | Conversa com Manuel Santos Maia e Liliana Coutinho

Partindo da obra Alheava_film (2006-2007), que integra a exposição, iremos conversar sobre o projeto Alheava que Manuel Santos Maia tem vindo a desenvolver desde 1999. Através da sua própria história familiar, o artista tem procurado refletir sobre as memórias pessoas e coletivas dos portugueses relativamente ao passado colonial e pós-colonial em África.
Manuel Santos Maia (Nampula, Moçambique, 1970) vive e trabalha no Porto. A sua prática artística está intimamente associada à busca da sua identidade, à memória e história familiar e coletiva da colonização portuguesa em Moçambique. Desde 1999 que Manuel Santos Maia revisita, no seu projeto Alheava, através das narrativas visuais da história íntima e doméstica, as problemáticas do colonialismo e do pós-colonialismo na construção da cultura contemporânea portuguesa.
Liliana Coutinho é programadora de Debates e Conferências da Culturgest, em Lisboa. Doutora em Estética e Ciências da Arte pela Université Paris, é investigadora do I.H.C. – FCSH/UNL e do Institut A.C.T.E – Université Paris. É Professora convidada na Pós-Graduação em Curadoria de Arte, da NOVA FCSH. Foi responsável pelo Serviço Educativo do Museu de Serralves. Como investigadora e curadora, colaborou com o Teatro Municipal Maria de Matos, Centro de Arte Moderna – Fundação Calouste Gulbenkian, Museu de Serralves, Plateau (Paris), Artistas Unidos e Atelier Re.AI.