artista
Paula Rego
biografia
Lisboa, Portugal, 1935 - Londres, Reino Unido, 2022
título
Sem título, 1985
obra
Sem título
inventário
SC 1579
proprietário
Coleção de Arte Contemporânea do Estado (em depósito no Centro de Arte Contemporânea de Coimbra, CM Coimbra)
categoria
Pintura
técnica
Acrílico sobre papel colado em tela
dimensões
78 x 112 cm
descrição

Tudo o que diz respeito à condição feminina, em particular a inversão dos seus estereótipos, parece encontrar na pintura de Paula Rego um aliado inevitável e preciso. Entre pinturas a pastel de óleo, gravuras e desenhos, o que particulariza a sua obra é o paradoxo da imagem da mulher, da sua força intrínseca (expressa ou contida), assim como a ambígua condição imagética da pintura, entre um formalismo académico e clássico e a modernidade inventiva que a alimenta. Paula Rego confirma assim a sua estética como uma das mais ricas no que diz respeito à leitura sobre o estatuto da mulher e o seu lugar na sociedade contemporânea. Mesmo que a crítica a aproxime quase sempre da tradição figurativa da «Escola de Londres», surgida na herança de Frank Auerbach, Francis Bacon, Leon Kossoff ou Lucien Freud, o certo é que toda a obra de Paula Rego depende, no essencial, da sua experiência portuguesa, de uma infância vivida perto das mulheres que povoaram a sua vida, não necessariamente de «boas famílias». Basta olhar algumas das suas obras para, de novo, sentirmos a brutalidade implícita ou metonimicamente sugerida. É um regresso à imagem mais forte desse jogo persistente entre o bem e o mal, a razão das suas figuras, ou o modo insinuante como se questiona a sociedade patriarcal. [David Santos]


Exposições coletivas

2024: MICROPOLÍTICAS: Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Centro de Arqueologia e Artes de Beja, Portugal

Bibliografia
Fernando J. Ribeiro, «Micropolíticas» in MICROPOLÍTICAS: Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Lisboa: Maiadouro, junho de 2024, cit. p. 17, rep. p. 27, 61.