
Com um percurso de grande relevância no panorama artístico nacional e internacional, Carla Filipe iniciou-se na cidade do Porto em 2001, fazendo parte do fluxo de espaços geridos por artistas, sendo cofundadora do “Salão Olímpico” e do “Projecto Apêndice”. Em 2009, foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian, o que sedimenta o seu percurso internacional. A sua obra, muito ancorada no desenho, relaciona cultura popular, ativismo e aspetos autobiográficos, partindo ainda da apropriação de objetos e documentos e da utilização da palavra escrita. O desenho ocupa também um papel central, inscrevendo-se muitas vezes sobre jornais, flyers, cartazes, bandeiras e diversos artefactos. Existe uma dimensão de arquivo e de registo onde tudo se reorganiza, com narrativas que vêm de trás, mas que se cruzam com o agora. O seu olhar crítico questiona normas sociais e provoca reflexões sobre as dinâmicas da sociedade contemporânea, como reconhecemos em Ser pós-moderno em Portugal, uma obra singular na carreira de Carla Filipe e que reúne diferentes dimensões do seu trabalho: a recolha de objetos, a escrita, o desenho, a experiência pessoal e do quotidiano transformado. A obra Ser Pós-Moderno em Portugal integrou a exposição In my own language I am independente, que teve lugar no Museu de Serralves, em 2023, uma mostra que permitiu compreender, de forma clara, a sua extensa produção desenvolvida de forma persistente e consistente ao longo de vinte anos. [CAAC 2023]
Exposições coletivas
2024: JARRA HUMANA: Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Museu de Arte Contemporânea de Elvas, Portugal
Bibliografia
Francisca Portugal, «HUMANO-COISA» in JARRA HUMANA: Obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, outubro de 2024, cit. p. 11, rep. p. 32, 88-89.